Slam! é o nome dado as batalhas de poesia falada que surgiram nos anos 1980 nos EUA e que se espalharam pelas periferias do Brasil. E uma forma de competição poética que procurou chamar a atenção para o texto e a performance dos poetas.
Leia abaixo o Slam produzido pelas irmas Maria Vitória Lemes e Maria Fernanda Lemes em 2019 quando cursavam o segundo ano do Ensino Médio em uma escola pública no Estado de São Paulo.
O que isto pra você que dizer?
Ser menina,
Ser menino,
Ser o que quiser ser,
O que isto para você quer dizer?
Não sei, só sei que para mim significa meu direito em ser e estar no mundo do meu jeito!
Não te agrada?
Tudo bem, respeita!
Sem luta não dá para viver.
Sonhar e acreditar que alguma coisa boa vai acontecer
Mas acreditar é preciso.
Esta é minha fé.
Cada um tem a sua.
Respeito, aceito!
Fé, luta, dor, tudo alimenta a esperança de que alguma coisa boa vai acontecer.
Mas às vezes é difícil acreditar porque é tanta, violência, preconceito, medo, saudade.
Muitos são julgados sem ao menos poder se expressar.
Jovens julgados pelo seu modo de aparecer, vestir, agir, falar, pensar, amar, sonhar...
Preconceito e perseguição é um modo de não compreender a beleza.
Então! O que vamos fazer?
Nascermos para ser o que quisermos ser?
Seguimos e não vamos nos arrepender em ser e também em tenta, fazer você compreender.
MARIAMARIA, 2019.
As regras dessa batalha de poesia são:
- Poesias autorais (decoradas ou lidas na hora) de até três minutos;
- Proibição da utilização de figurino, cenário ou instrumento musical;
- São escolhidos, aleatoriamente, cinco jurados na plateia que serão os responsáveis por dar notas de zero a dez. Leva a competição aquele que tiver a maior nota.